terça-feira, 1 de março de 2016

Capítulos VII - E o Bruxo se torna ateu e VIII O Bruxo renasce




Capítulo VII
E o Bruxo se torna ateu



As cartas de Mariah, que eram frequentes durante meu 1º grau iniciático simplesmente desapareceram. Como de costume, no primeiro mês eu escrevi seis cartas para minha iniciadora, mas não recebi nenhuma resposta.

Começava a ficar preocupado e tentei manter contato telefônico, sem sucesso. Era claro que Mariah me evitava. Eu não compreendi as razões para esse abandono, exatamente num momento em que acabara de ser elevado a um “alto sacerdote” e sendo o único bruxo da tradição em meu País.

A vida continuava, os estudos no ocultismo continuavam, mas meu progresso na bruxaria se estagnara. Comecei a me voltar aos grupos de estudos, que com o tempo também começaram a me entediar. Eu precisava de algo que me fizesse ter novamente aquela curiosidade.

Nessa época eu cursava direito na Pontifícia Universidade Católica do RJ e, como uma forma de revolta, o tema de meu primeiro trabalho no curso chamado “o homem e o fenômeno religioso” foi sobre o satanismo. Essa era uma forma de tripudiar da igreja católica e mais, com tudo o que eu cria. Afinal, como pagão não acreditava no demônio.

Aliás, a maior arma do demônio é fazer com que as pessoas não acreditem nele. Assim ele pode operar com naturalidade, fazendo com que as pessoas acreditem que seus problemas são NATURAIS e, por tanto, não recorrendo à ajuda espiritual de Deus. Não tenho nenhuma dúvida de que, quando alguém diz a famosa frase “o diabo não existe”, o inferno entra em festa!

O demônio não quer ser conhecido, ele quer trabalhar nas trevas. Apesar de o demônio ser o Pai do orgulho, ele quer que os seres humanos não se lembrem dele. Ele tem profundo desprezo pela raça humana e briga por nossas almas com apenas dois objetivos: Trazer tristeza a Deus e ter a quem torturar como companhia em sua prisão eterna, o Inferno.

Aos poucos fui abandonando os grupos de estudos, fui parando com os estudos de ocultismo e não mais fazia experiências de projeção astral. Já faziam mais de quatro meses sem qualquer contato de Mariah, e as coisas não iam mais tão bem.

Minhas noites de sono começaram a ser pequenas. Vivia para trabalhar durante o dia, frequentava a faculdade à noite e depois ia para baladas de segunda a segunda.

Quero que o leitor entenda que esse livro tem a intenção de ilustrar o que passei enquanto servia ao Mal, mesmo que enganado, e não ser uma biografia. Por tanto, acabo suprimindo várias passagens de minha vida, e tenho a certeza de que muitas pessoas com quem tive ligação no passado, ao lerem esse livro estarão agradecidas por isso.

Tinha abandonado completamente tudo que fosse ligado ao oculto ou de cunho religioso. Vivia meus dias pelo e para o prazer. Fumava como uma chaminé. Não bebia... isso foi algo que o demônio nunca conseguiu colocar dentro de mim. Sempre odiei o gosto da bebida alcoólica, e sempre gostei de manter minha consciência intacta. É claro que socialmente eu mantinha uma garrafa de Whisky num restaurante chamado Mostarda no bairro do Leblon, mas unicamente porque era uma forma de status, e isso impressionava as mulheres.

Nesse período recebi meu primeiro revés, o que acabou me afastando e me revoltando contra a religião. Certo dia, chegando da rua por volta das 3:00 da manhã, fui direto para a cama. Acordei meia hora depois, com uma dor pavorosa no estômago, dor que nunca tinha sentido antes.

Que me lembre, desde a infância JAMAIS tive qualquer doença, salvo uma faringite na primeira infância, uma catapora antes dos dez anos e, curiosamente, “quebrei” a cabeça (levei pontos) por oito vezes. Mas nunca tinha fraturado nenhum osso, não tinha doenças, até os comuns resfriados não aconteciam comigo. Eu sempre acreditei que isso se devia graças aos meus estudos no ocultismo e minhas práticas de bioenergética. E até poderia ser, uma vez que tudo aconteceu exatamente quando abandonei essas práticas.

A dor era enlouquecedora, me retorcia na cama, sem sequer conseguir me levantar para ir até o telefone. Naquela madrugada eu realmente achei que iria morrer, e nesse momento clamei aos meus Deuses. Nenhuma resposta. Tentei manipular energia, aquela mesma energia que me dava o poder para desmaiar pessoas e de fazer com que os afetados por minha magia, vissem característica muito melhores em mim, do que as que eu tinha realmente. Nenhum resultado!

Na minha dor, amaldiçoei esses Deuses, desacreditei, me achei um verdadeiro imbecil por ter me dedicado ao longo do último ano a esses Deuses.

Eu ouvia meu telefone na mesa de cabeceira tocar sem parar pela manhã, mas sem forças e sem condições de me levantar para chegar até ele. Era minha mãe tentando contato... e essa foi minha sorte.

Como morava sozinho, existiam duas pessoas que tinham a chave de minha casa. Uma “secretária” que trabalhava com a família desde antes de meu nascimento, e que me visitava duas vezes por semana para faxina na casa, lavar roupas e a outra era a minha mãe.

Preocupada por não atender ao telefone, minha mãe resolveu ir até a minha casa. E foi a minha sorte... Ao entrar ela viu a situação desesperadora. Eu quase sem forças sequer para me contorcer de dor, quanto mais para falar. Em pânico ela chamou uma ambulância e fui removido para o hospital.

O mais incrível é que, ao entrar na ambulância, a dor foi diminuindo pouco a pouco, e ao chegar ao hospital, ela já não existia. Passei por uma bateria de exames e foi diagnosticada uma leve gastrite, mas eu tinha a certeza de que não era nada leve, eu tinha sentido uma dor como nunca antes sentira. Essa gastrite me acompanhou dos 18 anos aos 40 de idade.

Mas com a dor que desapareceu, também desapareceu todo o “poder” que acreditava ter. Não era mais capaz de ver passado e futuro. Não conseguia mais manipular energia e desdobrar durante o sono. Tudo aquilo que eu tinha abandonado voluntariamente pelos prazeres de uma vida mundana também tinham me abandonado, assim como minha iniciadora também tinha desaparecido. Percebi então que, naquela noite eu teria perdido todos os meus “poderes”.

Foi nessa época em que desacreditei de tudo, dos Deuses, do espírito, da energia, dos estudos... de tudo que não fosse material.

Foi então que me vi como um ateu!







Capítulo VIII
O Bruxo renasce

  
É impressionante como o ser humano tem a capacidade de excluir de suas vidas aquilo que não mais o interessa. Naquele momento de minha vida, excluí absolutamente tudo que fizesse referência à espiritualidade.

Os últimos dois anos tinham sido completamente voltados ao meu desenvolvimento no sacerdócio e no ocultismo, mas agora tudo tinha ficado no passado, como se fosse vida de outra pessoa, completamente diferente do que era agora. No meio esotérico, diz-se que: “O Universo conspira a favor do que se acredita e deseja”. Naquele momento de minha vida, contagiado pela revolta por perder meus “poderes” e pelo abandono de minha mentora espiritual, simplesmente apaguei esse tempo de minha história.

Apesar de todas as experiências sobrenaturais, de tudo que havia vivenciado todas essas “maravilhas”, agora me soavam no máximo como grandes coincidências. Eu racionalizava absolutamente tudo. Eu ria das pobres criaturas que acreditavam em qualquer referência ao ocultismo e religião.

A vida seguia. Trabalho, festas, amizades. Foi então que, numa noite se sexta-feira, chegando a minha casa, minha vida voltou a se transformar.

Saindo do elevador, encontrei no Hall de meu apartamento uma caixa na porta de meu apartamento. A caixa era muito bonita, recoberta de um papel aveludado de cor carmim e com tiras de tecido dourado lacrando o “presente”. Na tampa um símbolo de um Pentáculo com um triângulo sobre a ponta superior.

Eu conhecia o símbolo. A marca do sacerdote de primeiro grau era o conhecido Pentáculo. A estrela de cinco pontas que representava ao mesmo tempo, o homem e os cinco elementos: Terra, Ar, Fogo, Água e o Espírito. A ponta do Pentáculo voltada para cima representava a cabeça humana volta aos céus, em busca da espiritualidade. Já o símbolo do segundo grau, como expliquei anteriormente, era o mesmo Pentáculo com a ponta que representa a cabeça humana voltada para baixo. Mas aquela nova marca era o símbolo do terceiro grau, o grau máximo, o sumo-sacerdócio.



Peguei o pacote e entrei em casa. Coloquei-o em cima de minha cama e sei que o leitor pode se perguntar por que não o abri imediatamente. A resposta é simples: naquele momento eu me questionava por que um pacote selado com o símbolo do terceiro grau estaria na minha porta? Tanto tempo sem qualquer notícia de minha iniciadora e, exatamente no momento de minha vida em que duvidava de tudo e de todos, meu passado literalmente voltava a minha porta.

Não sabia o que encontraria dentro daquela caixa. Seria uma ameaça? Apesar de abandonar (ou ter sido abandonado) tudo, eu jamais tinha desonrado os pactos de silêncio firmados nas duas iniciações no sacerdócio. O que os Elders (anciões) da bruxaria poderiam querer comigo ou de mim?

Tomei um demorado banho. Em minha mente giravam perguntas sem resposta. Eu sabia que, independente do que pudesse tentar antecipar, só saberia da verdade ao abrir o pacote. Secava meu corpo olhando para aquela caixa que representava um passado recente, mas que eu não sabia se queria novamente trazer a tona.

Duas das principais lições que tinha aprendido no ocultismo eram que, medo era prenúncio de fracasso e que a curiosidade não tinha espaço para o iniciado.

Com calma, controlando minha ansiedade, comecei a abrir aquela caixa. Abri com o cuidado daquelas vovós que ao abrirem um presente, procuram não rasgar nada para guardar o papel de presente para uma futura ocasião especial. Soltei as fitas douradas, movimentei a tampa com cuidado e abri a caixa.

Dentro existia um bilhete escrito em pergaminho e com o selo em cera que já conhecia e identifiquei imediatamente. Era o selo de Mariah. Também havia um robe de cor vinho em veludo, com a barra mais escura, mas também de um vinho mais escuto do que o restante da veste.

No bilhete podia ler as poucas palavras escritas em inglês: “Be ready on Sunday at 08:00 pm .
Now is the time for your return and to reborn again.”

Esteja pronto no domingo às 20:00 .Agora é o momento para o seu retorno e de renascer novamente.”

Sim, era meu passado retornando de forma tão enigmática quanto havia desaparecido.

Minha primeira reação foi de raiva. Quem Mariah pensava ser? Havia desaparecido e me abandonado no momento que se mostrou o mais difícil de minha vida e agora voltava sem explicações querendo que eu simplesmente a obedecesse, como se nada houvesse acontecido?

Ainda mais, eu tinha perdido todas as minhas capacidades. Como eu poderia retomar um caminho que eu havia abandonado voluntariamente? Como ela poderia imaginar que eu estivesse pronto para o derradeiro degrau da bruxaria, se não sabia o que eu tinha passado no último ano?

O que eu não podia imaginar é que ela sabia de TUDO!



4 comentários:

  1. Poxa,agora que ia pegar fogo. Acabou buaaaaa.
    Se puder publica mais 1 cap. No dia 15 ;)

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