sexta-feira, 1 de abril de 2016

Capítulo XI E a vida continua e XII Pedreiro Livre




Capítulo XI
E a vida continua



Agora eu era um Sumo Sacerdote da bruxaria. Aos poucos minhas capacidades voltavam. Talvez não tão fortes como antes, mas sem dúvida mais amadurecidas. A visão se ampliava no uso de práticas divinatórias (Tarot, Runas, etc), minha “aestesis” (sensibilidade às energias) crescia dia a dia.

Os estudos em ocultismo prosseguiam e alguns anos se passaram e eu cheguei aos 25 anos. Era o ano de 1994 e foi nessa época que me casei pela primeira vez. Já não trabalhava mais no antigo emprego. Já tinha sido dono de uma distribuidora de produtos descartáveis e atualmente trabalhava como Gerente de Produção do maior grupo segurador da América Latina, vinculada ao maior Banco Privado do Brasil.

A vida de baladas e festas já tinha acabado. Agora eu já tinha um filho, era um Pai e não mais fazia os encontros para manipulação e estudo de energias. Minhas práticas religiosas continuavam de forma discreta. Mas o ocultismo voltava a me perseguir.

Eu trabalhava no Centro da cidade do Rio de Janeiro, na Praça Pio X, próximo a Candelária. Chefiava um grupo de mais de 30 pessoas e era extremamente atarefado. Numa tarde, fui abordado por um senhor, que aparentava ter uns setenta anos de idade.

Esse senhor viria a ser a mola mestra de minha entrada na Maçonaria.

Eu sempre tive uma grande curiosidade sobre a maçonaria. Tive pouco contato com meu Pai biológico que, separou-se de minha mãe quando eu tinha apenas dois anos de idade. Eventualmente o via nas férias escolares durante minha infância e adolescência, e nesses raros períodos em que passava com meu pai, sempre o vi profundamente envolvido na maçonaria, fosse diretamente nas reuniões de sua Loja maçônica, fosse pelas amizades (maçons em sua maioria) e nas histórias que me contava.

Apesar de aos 25 anos de idade já ser um mestre do ocultismo e um sumo sacerdote da bruxaria, pouco sabia sobre a maçonaria. Apenas as referências a outros ocultistas que teriam sido maçons (Gardner, Eliphas Levy, etc) e poucas “filosofagens” que encontramos em livros.

Por mais que tenhamos atualmente a internet, livros, mais informação... apenas um verdadeiro maçom pode falar, ou compreender o que é a maçonaria. E como eu não era um maçom, pouco conhecia sobre a doutrina. Mal sabia eu que muito em breve eu conheceria e mais, os acontecimentos me levariam a também ser um maçom diferenciado, dentre todos os que eu chamava de irmãos.

Como eu comentei, numa tarde de 1994 fui procurado por um senhor em desespero. Ele me explicava que, há seis anos atrás ele teria atropelado uma pessoa, mas que a seguradora teria pago absolutamente todas as indenizações necessárias a vítima. O problema é que a seguradora teria sido comprada por nosso Banco, e agora ele precisava da documentação que comprovava as indenizações, já que a vítima teria movido um processo contra ele na justiça.

O senhor estava completamente desesperado. O único bem que possuía era uma casa, e se não pudesse comprovar os pagamentos a vítima, certamente teria sérios prejuízos. E o pior... ninguém se prestava a ajuda-lo, visto que essa ajuda implicaria e ter de buscar em arquivos físicos e empoeirados da matriz da seguradora todo esse processo de indenização.

Eu não canso de repetir, não como forma de desculpa, mas apenas para que o leitor perceba como o Mal pode usar alguém que tenha bom coração... eu era uma pessoa de bom coração! E sendo assim, me comprometi em ajudar a esse senhor.

Resumindo: Convoquei três dos meus assistentes e procuramos por dois dias nos arquivos de nossa matriz. Encontramos a documentação e a levei ao departamento jurídico da seguradora que, imediatamente manteve contato com o defensor daquele senhor e juntos prepararam a defesa, comprovando os pagamentos do passado.

Dois meses se passaram, e eu sequer me recordava daquele simpático senhor (que chamarei de Álvaro daqui para frente), quando mais uma vez nos reencontramos. Estava em minha mesa quando Álvaro chegou. Cumprimentou-me com um forte abraço, sentou-se e sem muitos rodeios falou:

- Meu amigo, você foi o único que me ajudou. Eu ganhei o processo, não terei de pagar mais nada. Só tenho a agradecê-lo! Você já ouviu falar na maçonaria?

Naquele momento senti dentro de mim uma revolução. Meus ouvidos zumbiam minha mente, tal qual um computador, começou a vasculhar tudo o que eu sabia teoricamente sobre maçonaria. Um zumbido alto nos meus ouvidos, conhecido das práticas de manipulação de energia mostrava que meu sistema estava alterado.

Procurei me controlar ao máximo e não demonstrar qualquer tipo de excitação. Respondi simplesmente que já tinha ouvido falar, e que meu Pai seria um membro, mas que eu mesmo não tinha muito contato com meu Pai.

Álvaro abriu um largo sorriso, o que me tranquilizou momentaneamente. Imediatamente me explicou que por meu Pai ser maçom, eu seria seu sobrinho, já que todo maçom é um irmão. Falamos algumas amenidades sobre esse assunto, quando finalmente veio à pergunta:

-E você gostaria de se tornar um maçom? – perguntou Álvaro.

Ainda sem demonstrar excitação, desejando gritar um SIM estrondoso, respondi calmamente:

-Pode ser. O que preciso fazer?

Álvaro então me explicou os primeiros passos. Informou-me que ele era um Pastor Evangélico aposentado e que ele mesmo estava afastado da maçonaria por razões pessoais. Mas que era um membro de uma Loja (que mais tarde eu viria a descobrir ser uma das mais tradicionais e fechadas do Brasil) e que traria para conversar comigo um de seus “afilhados”, ou seja, um dos membros que ele teria levado a se tornar maçom, e que esse membro me faria o convite formal.

Nos despedimos, trocamos contatos e ficamos marcados para que, na semana seguinte eu fosse visitado por ele e seu afilhado. E assim foi.





Capítulo XII
Pedreiro Livre


Nunca uma semana demorou tanto a passar. Finalmente chegara o dia de meu novo encontro com Álvaro e seu afilhado. Tínhamos marcado no meu trabalho, mas sem marcar hora certa. Evidentemente que minha gastrite gritava alto. Eu ainda lutava para controlar minha ansiedade, afinal o próprio Eliphas Levy dizia em seu Dogma e Ritual de Alta Magia: “O Perfeito Iniciado é o que controla suas paixões”... e eu tentava.

Só consegui me acalmar quando vi Álvaro saindo do elevador em direção a minha sala. De onde sentava eu tinha uma boa visão dos elevadores e naquela manhã ninguém olhou mais para aquele ponto do prédio que eu.

Álvaro estava acompanhado de outro senhor, tão idoso quanto ele, o que me pareceu engraçado, visto ser seu “afilhado”. Depois eu compreenderia que o convite para a maçonaria não implicaria em idade, e que até um jovem poderia convidar alguém idoso.

Álvaro se aproximou de minha mesa com um sorriso. Levantei-me e trocamos um apertado abraço. Ele estava visivelmente feliz e talvez orgulhoso, não só por estar me apresentando a seu afilhado, como também por acreditar estar trazendo uma boa aquisição para maçonaria, e isso foi dito por ele mesmo durante nossa conversa.

Foi assim que conheci R. (chamarei assim), que viria a ser meu Padrinho na Arte dos pedreiros Livres (tradução do inglês Free Mason). R. era um senhor muito educado. Quis saber de minha vida, minha família, do que eu conhecia de maçonaria (ao que respondi da mesma forma de antes) de meu trabalho, etc.

Após uma conversa que durou quase uma hora, R. retirou alguns documentos de sua bolsa. Era o kit de propostas do Grande Oriente do Brasil, o que eu viria a descobrir mais tarde, ser a potência maçônica mais antiga do Brasil, derivando das épocas do Império, e da qual D. Pedro I fez parte, juntamente com outras diversas figuras políticas da época.

Alguns pontos de nossa conversa me chamaram atenção. Para ser proposto à maçonaria (ou seja, não para entrar, mas apenas para ser proposto) eu teria de retirar uma série de documentos de cartórios que demonstrassem que me tratava de pessoa ilibada civil e criminalmente. Que ainda receberia três visitas de “sindicantes” que inclusive conversariam sem meu conhecimento com colegas de trabalho. A essa altura eu já me sentia espionado. E por último, que minha esposa seria questionada, pois se ela não fosse favorável, o processo findaria naquele momento.

Apenas após todo esse processo é que meu nome seria votado e que poderia ser iniciado.

Depois de iniciado eu tive conhecimento do processo “seletivo” da maçonaria. Após a entrega das fichas que vem no Kit de proposta, minhas informações pessoais e foto ficaram expostas na sede da Maçonaria do Grande Oriente do Rio de Janeiro, na Rua do Lavradio, possibilitando a que qualquer maçom que me reconhecesse e fosse contra a minha entrada na maçonaria, pudesse se manifestar. Só daí receberia a visita dos três sindicantes que realmente tinham de espionar minha vida, entrevistar amigos, parentes, colegas de trabalho... e por último a visita a minha casa, para a conversa com minha esposa.

Depois dessa burocracia, meu Padrinho R. teria de me apresentar documentalmente em loja, numa sessão regular e, durante essa sessão os três sindicantes dariam sua opinião. Só então haveria a votação de todos os membros da Loja, através do sistema de bolinhas brancas e pretas... e apenas se todas as bolas fossem brancas é que seria aceito como um neófito (neo= novo, fitos= planta), ou seja, como um candidato a iniciação.

Álvaro e R. de despediram e desapareceram no elevador.

Curiosamente nunca mais encontrei ou soube de Álvaro novamente.

Um comentário:

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