terça-feira, 29 de setembro de 2015

Estudo sobre Libertação - Parte 2





   
Quando o Senhor incumbiu sua Igreja da tarefa da libertação, não a deixou sem recursos para cumpri-la. Na verdade, a grande comissão foi resultado de uma vitória completa de Jesus sobre o império das trevas. Sua proclamação foi: “Toda autoridade me foi dada nos céus e na terra. Portanto, ide...” (Mt. 28: 18,19). Há uma conexão entre a missão que Jesus deixou aos seus seguidores e a autoridade que lhe foi dada em sua morte e ressurreição. A Bíblia diz que Ele, “despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz” (Cl. 2: 15).

A vitória de Jesus foi cabal e humilhante para o reino de Satanás. Todos os demônios foram despojados (desarmados) e expostos ao desprezo (vergonha). Todos eles têm que se curvar diante d’Aquele que os venceu para sempre. Um enorme pavor se estabeleceu no império das trevas diante do Nome de Jesus. Os espíritos malignos tremem diante dele (Tg. 2: 19). É nesta realidade que se baseia a missão libertadora da Igreja. 

1. A AUTORIDADE DE JESUS FOI DELEGADA À IGREJA - A vitória de Cristo é a vitória da Igreja. Ele tornou cada crente nascido de novo em um representante seu sobre a terra. Jesus disse que em seu Nome expulsaríamos demônios e faríamos muitas outras proezas (Mc.16: 17). Em outras palavras, temos um poder de procuração e legalmente estamos respaldados para tomar domínio sobre todo tipo de espírito maligno, assim como Jesus o fez. Eles têm que obedecer às nossas ordens por causa da autoridade de Cristo que está em nós. 

2. O MINISTÉRIO DE LIBERTAÇÃO É PARA PESSOAS NASCIDAS DE NOVO - A autoridade de Jesus está sobre os filhos de Deus. Quando usamos o Nome de Jesus, não estamos falando uma “palavra mágica”. Ele só tem sentido na vida daqueles que o receberam como Senhor. O livro de Apocalipse fala de um selo que está na fronte dos servos de Deus (Ap.7: 3; 9: 4; 14: 1). É uma marca espiritual que os demônios reconhecem. Todo aquele que pertence ao Senhor é reconhecido pelo reino das trevas. A Bíblia conta um episódio interessante. Sete homens não convertidos, os filhos de Ceva, viram Paulo expulsando demônios. Lucas diz que “eles tentaram invocar o nome do Senhor Jesus sobre possessos de espíritos malignos, dizendo: Esconjuro-vos por Jesus, a quem Paulo prega” (At. 19: 13). Entretanto, não obtiveram êxito, antes “o espírito maligno lhes respondeu: Conheço a Jesus e sei quem é Paulo; mas vós, quem sois? E o possesso do espírito maligno saltou sobre eles, subjugando a todos, e, de tal modo prevaleceu contra eles, que, desnudos e feridos, fugiram daquela casa” (At. 19: 15,16). Note a resposta do demônio: ele conhecia a Jesus e a Paulo, mas não reconheceu a identidade daqueles homens. Por isso, não apenas os resistiu, mas também os humilhou. 



3. A LIBERTAÇÃO É EXERCIDA PELA FÉ – Jesus disse que expulsar demônios é um sinal que seguirá “os que crêem” (Mc. 16: 17). Portanto, o pré-requisito para exercer esta autoridade é a Fé.  “Crer” aqui tem um duplo sentido: crer em Jesus (ser um crente) e crer na autoridade para tratar com os espíritos imundos. Há pessoas que, embora nascidas de novo, tem receio de expulsar demônios, ou seja, duvidam do poder que Deus lhes deu. Por esta falta de fé, deixam de cumprir o chamado do senhor para suas vidas. Algumas pessoas recusam-se a se envolver porque se acham inexperientes ou esperam ter um padrão alto de santidade. Embora estas coisas sejam recomendáveis, não são empecilho para que alguém seja usado para libertar um cativo do diabo, desde que creia.

4. O LUGAR DA MATURIDADE E DA SANTIDADE NA LIBERTAÇÃO - Ao dizer que a fé é a grande chave para o exercício da autoridade espiritual, não estamos negando a importância de se buscar conhecimento da Palavra, maturidade espiritual e santidade para exercer o ministério da libertação. Um cristão que desconhece a Palavra de Deus (e, portanto, não sabe bem sobre os seus direitos) não deve sair por aí procurando endemoninhados para libertar. A ignorância espiritual pode dar margem para que os espíritos malignos enganem o crente e o resistam. A maturidade também é um fator importante. Muitas chaves na libertação virão da experiência em tratar o assunto. Por isso, é recomendável que os novos crentes procurem se introduzir neste ministério sempre acompanhando seus líderes, pessoas mais experientes que os possam ensinar como fazem as coisas.  O outro fator é santidade. Não se deve tratar com demônios com uma vida suja pelo pecado. Isso não quer dizer absolutamente que o cristão tem que ser perfeito para exercer libertação. O que ele precisa é ter uma vida na luz e sem escravidão do pecado, pois a falta de santidade ou confissão abre brechas para retaliações demoníacas e para acusações, coisa que Satanás e seus comandados sabem usar muito bem (Ap. 12: 10). 



EXPULSANDO DEMÔNIOS NO PODER DE CRISTO 
    Muitas vezes o ministério de libertação exigirá o trato com pessoas endemoninhadas, ou seja, tomadas por um ou mais espíritos imundos. Quando isto acontece, normalmente a pessoa entra num transe e o demônio fala ou se expressa através de seu corpo. Estas manifestações podem parecer assustadoras às vezes (pessoas que caem no chão, se arrastam como serpentes, gritam, xingam, reagem com violência, vomitam, espumam, rangem os dentes, emitem odores, etc...), mas estes comportamentos não devem nos impressionar ou intimidar. Coisas semelhantes aconteceram no ministério de Jesus também (Mt. 17:14-18; Lc. 9:42; Mc. 9:17-27). O que precisamos é exercer a autoridade que o Senhor nos delegou, observando alguns princípios práticos ao ministrar a libertação. 

1. USE O NOME DE JESUS - O reino das trevas só se submete a um nome: o de Jesus (Lc.10:17; Fp.2:10). Não é a experiência, a dignidade ou a aparência de quem ministra a libertação que faz a diferença, mas a autoridade de Cristo. Por isso, toda ordem dada aos demônios deve ser dada em seu Nome. Quando agimos assim, é como se o próprio Senhor estivesse falando e os espíritos imundos são obrigados a obedecer. 

2. PROCURE TRABALHAR EM EQUIPE - Quando Jesus enviou seus discípulos a pregar durante o seu treinamento e, inclusive, expulsar demônios, mandou que eles fossem dois a dois (Mc. 6:7). Sua tarefa devia ser desempenhada sempre em equipe. Este é um bom princípio a ser seguido na libertação. Desta forma, enquanto um trata diretamente com os espíritos imundos, o(s) outro(s) se mantém em intercessão e apoio. 

3. FALE COM AUTORIDADE, ESTABELECENDO O COMANDO - Para tratar com demônios, é necessário usar a palavra de ordem com autoridade, tomar o comando da situação e determinar o que eles têm que fazer. Foi assim que Jesus agiu e ensinou. As pessoas o viam expulsar demônios e ficavam espantadas, dizendo: “Que palavra é esta, pois com autoridade e poder Ele ordena os espíritos imundos e eles saem!” (Lc. 4: 36).   Em outra passagem está escrito: ”Ele repreendeu o espírito imundo, dizendo: espírito mudo e surdo, eu te ordeno: Sai dele!” (Mc. 9: 25). Como você pode perceber, Jesus dava ordens aos demônios e é assim que devemos fazer, em seu Nome.     Quando estamos expulsando um demônio de uma pessoa ou lugar, não o fazemos orando a Deus. Orar é muito importante no ministério de libertação, mas espíritos imundos são banidos com ordens diretas dadas a eles pelos servos de Deus. Isso deve acontecer com firmeza e autoridade, o que não implica necessariamente em levantar a voz ou gritar. Ao assumir uma posição de superioridade em Cristo, o cristão poderá comandar a situação e os demônios não terão outra alternativa, senão obedecê-lo. 

4. PROÍBA OS DEMÔNIOS DE CAUSAREM TUMULTOS - Muitas vezes os espíritos malignos querem machucar a pessoa em que estão agindo, expô-la a uma situação humilhante ou mesmo tumultuar um ambiente. Por isto, enquanto tratamos com eles, devemos proibi-los de usar da violência ou fazer qualquer coisa inconveniente. Jesus usou esse tipo de comando ao proibir demônios de falarem (Mc. 1: 25; Lc. 4: 35).   É aconselhável ordenar que ele permaneça amarrado com as mãos para trás. Isto é bíblico. Jesus o ensinou, falando da necessidade de “amarrar o valente” antes de tirar-lhe os bens e o contexto da conversa era libertação (Mt. 12: 29). Embora haja espíritos mais resistentes, que teimem em não corresponder às ordens dadas pelo ministrante, com perseverança e usando a autoridade do Nome de Jesus, eles terão que ceder. Às vezes é necessário que irmãos que estão dando apoio na libertação segurem a pessoa para que ela não se machuque ou machuque a outros, embora isso não seja o ideal, pois os demônios têm que obedecer a voz de comando dos servos de Deus e não à sua força física. Na medida do possível, o melhor é que nem se toque no endemoninhado durante a ministração.  



5. MANTENHA OS OLHOS ABERTOS E ATENTOS A TODA REAÇÃO - Espíritos malignos são traiçoeiros e podem tentar usar de violência. Por isso, nunca se deve ministrar libertação a alguém com os olhos fechados ou distraidamente. É impossível acompanhar tudo, perceber os movimentos e reações, buscando discernimento e domínio de toda a situação. 

6. NÃO SE DEIXE INTIMIDAR - Uma grande arma dos demônios é o blefe. Eles tentam intimidar os servos de Deus com xingamentos, ironia, desdém, ameaças ou mesmo acusações. Sua grande arma é sempre a mentira. Por isso, quando um espírito maligno começa a usar desse tipo de artifício, deve ser imediatamente repreendido e proibido de falar. O ministrante não deve aceitar “discutir” com o demônio, colocando-se no mesmo nível dele, mas deve dar-lhe voz de comando, não se deixando intimidar por suas ações. 

7. Eventualmente, será útil interrogar sobre a identidade daquele espírito e as brechas por onde ele age, a fim de tratá-lo de maneira adequada e orientar o ministrado posteriormente. Entretanto, esta deve ser a exceção e não a regra. Na maioria dos relatos bíblicos de expulsão de demônios, Jesus e seus discípulos se limitaram a mandá-los embora, sem gastar maior tempo com eles.

8. USE A PALAVRA DE DEUS PARA QUEBRAR RESISTÊNCIAS - Há demônios mais resistentes (teimosos) que insistem em não obedecer às ordens dadas pelo ministrante ou recusam-se a sair. Uma maneira eficaz de quebrar esta resistência é lembrar-lhes as verdades da Palavra de Deus que os colocam como vencidos. Lembre-se que a Palavra é uma espada, arma de ataque nos embates espirituais (Ef. 6: 17). Fazê-los recordar da humilhante vitória de Jesus sobre eles e seus chefes (todos se lembram do que Jesus lhes fez com sua morte e ressurreição), afirmar o poder que o Senhor nos deu para pisá-los, falar do sangue de Jesus que os venceu ou lembrar-lhes que em breve serão lançados no lago de fogo (conforme Mt.8: 29, eles sabem que se aproxima o tempo do juízo), são atitudes que apavoram os demônios e quebram sua teimosia. 

9. AVALIE A NECESSIDADE DE UMA PREPARAÇÃO MAIOR COM JEJUM E ORAÇÃO - A Bíblia conta um caso de possessão que não pode ser resolvido pelos discípulos de Jesus. Quando o Senhor chegou, expulsou aquele espírito e foi indagado pelos seus seguidores sobre o motivo pelo qual eles não puderam fazê-lo. A resposta de Jesus foi: “Esta casta não sai a não ser à base de jejum e oração” (Mt. 17: 21). O que deduzimos deste episódio é que há tipos de demônios que oferecem maior resistência e que exigem um nível de preparo maior por parte dos ministrantes, com oração e jejum. O interessante é que Jesus pôde expulsar aquele espírito maligno, provavelmente porque mantinha uma vida abundante nestas práticas, o que não estava ocorrendo com seus discípulos. Lembre-se que ele operava como homem. A Palavra diz que Ele “andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com Ele” (At. 10: 38) e não porque Ele era Deus. O fato é que, não obtendo sucesso em alguma ministração, devemos avaliar a necessidade de uma preparação espiritual maior para tratar aquele caso.
 
10. ESTEJA SENSÍVEL À DIREÇÃO DO ESPÍRITO SANTO - O ministério de libertação não é uma ciência exata. Embora possamos seguir alguns procedimentos comuns, cada caso é um caso e há necessidade de estarmos dependendo da direção do Espírito Santo. Dons como palavra de conhecimento e discernimento de espíritos são úteis neste ministério. Buscar ouvir a voz do Senhor em muitas situações será fundamental, pois Ele pode nos dar as chaves para quebrar o poder satânico que opera numa vida. 

11. BUSQUE PERCEBER O “NÍVEL DE ALMA” NA MANIFESTAÇÃO - Em muitas manifestações demoníacas há uma mistura entre a ação dos demônios e atitudes da própria pessoa. Normalmente isto acontece quando há uma possessão completa ou quando os demônios já saíram, mas a mente e as emoções da pessoa permanecem em confusão. O caso narrado na Bíblia do demônio que os discípulos não puderam expulsar pode ilustrar isso. Aquele espírito fazia um menino permanecer mudo e surdo. Quando Jesus o repreendeu, a Bíblia diz que o espírito imundo, “clamando e agitando-o muito, saiu, deixando-o como se estivesse morto, a ponto de muitos dizerem: Morreu. Mas Jesus, tomando-o pela mão, o ergueu, e ele se levantou” (Mc. 9: 26,27). Note que a reação do menino após liberto ainda continuava estranha, pois ele parecia morto. Entretanto, Jesus o ajudou a retomar o seu estado emocional e ele voltou ao normal. O que podemos aprender com isso é que há situações em que os demônios já foram vencidos e até expulsos, mas a pessoa continua reagindo como se isso não tivesse acontecido, tal a confusão de sua alma. Nestes casos, precisamos deixar de tratar com os demônios e ajudar a pessoa a organizar sua mente e emoções, fechando as portas para novas manipulações ou para a confusão.

2 comentários:

  1. Nossa então através da emoção o diabo volta nossa pq as vezes a pessoa acharam que ainda tá com mal e não tá

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